segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Passe para frente



Desde a vinda do Tio Uli na Igreja é impossível não ficar pensando em como eu tenho vivido todos esses anos.
Ele nos contou que sua mãe, mesmo sem instrução alguma, sempre dizia uma frase que o marcou para a vida toda: "De que serve a sua vida se não for para marcar a de outra pessoa?"

Então fiquei pensando se minha vida tem sido assim, impactante para outras pessoas. Acredito que sou admirada por algumas pessoas sim, mas não sei se chego ao ponto de marca-las. Para completar toda essa semana de questionamentos, no sábado assisti um filme que não é novo, chamado "A corrente do bem". Fiquei encantada com a persistência daquele menininho preocupado em fazer algo significativo para pelo menos três pessoas e aí isso ia se transformando em uma corrente. Cada pessoa que recebia um agrado deveria passar para mais três pessoas. É claro que o filme é recheado de cenas emocionantes e eu terminei o filme aos prantos é lógico.

Quando vejo essas histórias e estórias, percebo que faço bem pouco ou mesmo quase nada para marcar a vida de outras pessoas. Fomos criados para pensar em nós individualmente. Precisamos estudar, fazer cursos, passar no vestibular, escolher uma faculdade "de nome", conseguir um excelente emprego e com isso não temos tempo, ou temos bem pouco tempo para nos preocuparmos com os problemas e necessidades alheias.

Às vezes estamos tão preocupados com a nossa vida que não percebemos nem mesmo os problemas que estão acontecendo dentro da nossa casa ou na nossa família. Às vezes percebemos que aquele nosso colega de trabalho não chegou com uma cara muito boa, mas estamos tão envolvidos em nossas tarefas que não nos damos ao trabalho de perguntar simplesmente se está tudo bem. Muitas das vezes essa é a palavra que faltava para ele poder desabafar. Mas para isso precisamos estar com vontade de nos envolver no problema do outro.

Sempre julgamos nossas dificuldades as maiores do mundo e o problema do meu colega não tão grande quanto o meu. E assim vamos levando a nossa vidinha. Vivendo em nosso mundo, dentro de uma capsula protetora para nos sermos atingidos pelos problemas que "não são nossos".

Sei que não é uma tarefa nada fácil se envolver emocionalmente com outras pessoas. Alguns não tem mesmo estrutura para isso, mas aqueles que têm, por que não fazê-los????

Aprendi essa semana que nossa vida não vale nada se quando não estivermos mais naquele lugar as pessoas derem graças à Deus pela nossa ausência. Precisamos ser úteis, necessários, fazer mesmo a diferença.

A minha saída do CIEP tem servido para muitas coisas para mim. Tenho aprendido muito na nova escola, mas ainda entendo que o  mais marcante é sempre ouvir dos meus colegas de lá, que a escola não é mais a mesma sem a minha presença, que eles sentem falta das nossas gargalhadas na hora do intervalo e que sempre que passam em frente a minha sala, é impossível não olhar lá para dentro e me vê sentada na minha cadeirinha, trabalhando.

Fico muito emocionada de saber que pelo menos lá eu já marquei um pouquinho a vida de cada um deles e que a lembrança que eles vão guardar de mim é mais que positiva.

Quero continuar marcando positivamente (passando para frente) a vida de cada um dos meus colegas ou familiares.
Acho que a vida da minha filha eu já marquei. Vou repetir novamente porque ela me disse ontem de novo: 
_Mamãe você é meu exemplo. 
Quando perguntei porque ela me via como um exemplo, me disse que eu era linda, carinhosa, inteligente, sabia responder todas as suas perguntas rsrsrsrs e uma ótima mãe.

Quem é mãe deve saber que ganhei não só o dia, como a semana, o mês , o ano ou mesmo o resto da vida de orgulho, em saber que estou conseguindo fazer o meu papel de mãe direitinho.

Beijos a todos e até...

P.s Relendo o texto, percebi que comecei escrevendo que não fazia nada para impactar a vida de outro, mas terminei chegando a conclusão de que para algumas pessoas eu já fiz a diferença sim. A melhor de todas é poder marcar positivamente a vidinha da Duda.

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